sexta-feira, 17 de julho de 2009

What's wrong with us?


Gostava de entender o que nos falta para sermos felizes, do que nos queixamos com tanta insistência, por que raramente estamos satisfeitos com aquilo que temos ou, pior, com quem somos. Estou farto disto, não tenho paciência para aquilo, assim não dá, quem me dera mudar de vida.... os argumentos multiplicam-se e as razões enumeradas são, quase sempre, extremamente abstractas. Ou pequenas.

Afinal, do que nos queixamos? Não nos estaremos todos a boicotar?

Um dia um sábio disfarçado de homem comum advertiu-me que a felicidade, o verdadeiro e puro prazer, residem apenas nos detalhes, naqueles momentos aparentemente insignificantes e longe dos lugares-comuns. Degustar um brigadeiro demoradamente. Fazer uma fotografia com toda a técnica de que dispomos. Sentir o vento no rosto?

Há dias descreveram-me o pôr-do-sol visto de uma das ilhas Bijagós, na Guiné-Bissau, e vibrei com os laranjas intensos e os vermelhões que rasgam o céu saídos daquelas duas bocas que, iluminadas, partilhavam aquela experiência única de "viver simplesmente" num sítio onde os vizinhos têm as portas abertas e se sentam às soleiras escuras para conversar e contemplar as estrelas.

Do que estamos à espera para sermos felizes?
Stop talking & Start Living!

Foto: Luís Fonseca (2007), blogueforanadaevaotres.blogspot.com

9 comentários:

Unknown disse...

Uau, ki lindo. Gostei de ver. É isso mesmo. mandou mt bem. fiquei até com mais vontade hoje.

beijos
TIDI

Anónimo disse...

A resposta está na farda verde de militar. Qual é "verdadeiramente" o seu olhar no mundo?

moreia

Sarabudja disse...

Querida Minhokinha,
estou mais feliz hoje. Voltaste, e isso é bom. Adorei o tema que te fez voltar.
Tenho-me debatido pelas pequenas coisas. Todos se queixam de tudo e esquecem o fantástico que é viver.
O meu pai conta muitas vezes um episódio curioso: num Natal gastou algumas notas para comprar uma prenda a um dos meus primos. O meu primo abriu curioso, tirou o brinquedo da caixa. Tentou brincar. Passado alguns minutos o meu pai deu conta de que o sobrinho brincava com a caixa. -"Sabes tio, divirto-me muito com a caixa."
Muitas vezes estamos tão preocupados com o nosso destino, que nos esquecemos de olhar e gozar a paisagem.
Estamos tão aborrecidos com o dia que correu mal, que nem damos conta que à noite, temos dois risonhos sentados à mesa connosco.
Ainda ontem dizia a alguém com quem privei por essas terras da morabeza: em Cabo Verde eu era feliz com muito pouco, porque tinha tempo e pessoas para conversar. Felizmente, sempre tive noção de que era feliz com esse MUITO!
Devia haver um movimento do "precisamos de tão pouco para sermos felizes".
Sê feliz.

GreenHouseSpecial disse...

Estou a gostar do começo desta nova fase do teu blog.
Mais límpido, arejável e com um rasgo mais mordaz que nunca.

Waiting to see the next chapters.

[]

Unknown disse...

Excelente. Vai ser a primeira cafeana da nova era margosa! Espero-te no teatro, hoje, para celebrar o Inferno de Arménio Vieira!

Minhokinha disse...

Obrigada a todos!

Tidi, ainda bem que ficaste mais motivado com este post. Fico feliz!

Moreia, não sei se entendi bem o teu comentário. Queres explicar melhor?

Sara, quem tem filhotes lindos como o teu não pode perder tempo com queixumes, não é verdade? Gostei muito da historinha que partilhaste...de facto quando vemos alguém que aparentemente tem pouco mas que ostenta o brilho inconfundível da alegria dá que pensar... na ilha de Santiago cruzamo-nos com muitos exemplos desses.

Joaquim, tens toda a razão! Por vezes basta somente fazer uma limpeza ao pó da casa para nos sentirmos melhor dentro dela.

Por último, João... I'm on my way!:)

Catarina disse...

gostava tanto da minho-kinha do perfil :-(

Anónimo disse...

"Ah! felicidade; Em que vagão de trem noturno viajarás; Eu sei que passarás; Mas como estás com pressa não paras jamais" Chico Buarque de Holanda

Anónimo disse...

Finalmente regressaste minhokinha. Gosto muito de te ler!
Beijinho,

Ana (Porto)