segunda-feira, 9 de março de 2009

O mais belo poema das ilhas

Conquistou-me logo à primeira leitura quando o arquipélago era uma interrogação longínqua e a literatura das ilhas era ainda apenas objecto de estudo. Verdadeiro, puro, mágico e dotado de uma eloquente simplicidade que lembra Amado, Filinto Elísio a tomar as rédeas da Poiesis. Delicioso!

Acerca do Amor

Do amor só digo isto:

o sol adormece ao crepúsculo
no oferecido colo do poente
e nada é tão belo e íntimo.

O resto é business dos amantes.
Dizê-lo seria fragmentar a lua inteira.

Filinto Elísio, in Mirabilis de Veias ao Sol (Lisboa: Caminho, 1991)

2 comentários:

Catarina disse...

Lindo, lindo, lindo... fiquei arrepiada...

Bjinho gd

P.S.: que venham mais trinta... dodu na bo

Anónimo disse...

Para ser sincero não conheço a poesia do Filintinho. Mas vejo agora que só perdi.
Adoro a simplicidade e o bom gosto desta poesia e tem tudo a ver com as ilhas.

Vou procurar este Mirabilis. Valeu pela dica