Do amor só digo isto:
o sol adormece ao crepúsculo
no oferecido colo do poente
e nada é tão belo e íntimo.
O resto é business dos amantes.
Dizê-lo seria fragmentar a lua inteira.
Filinto Elísio, in Mirabilis de Veias ao Sol (Lisboa: Caminho, 1991)
"Sou muitos sonhos juntos", Miguel Torga
I can't get no satisfaction
I can't get no satisfaction
'Cause I try and I try and I try and I try
I can't get no, I can't get no
And the man comes on the radio
He's telling me more and more
About some useless information
Supposed to drive my imagination
I can't get no, oh no, no, no
Hey hey hey, that's what I say
I can't get no satisfaction
I can't get no satisfaction
'Cause I try and I try and I try and I try
I can't get no, I can't get no
e do sangue subir
voltou a cair
na inquietação.
Ter palavras para exprimir
a falta, o vazio
de nada de ninguém,
dum ser criado
na onda mais etérea da memória.
Um fim de tarde, o pôr-do-sol
as nuvens que o desenham
dois pássaros de mão a mão até nascente.
a prisão magnânima.
Pululam as torres
nada dizem sobre a encruzilhada.
Um alquimista ao fundo
estende-me a mão
e, sobre a água deslizando,
apresenta-me a ilusão.
Aí, devorada pelos canibais,
estralhaçada pelos seus risos,
abro um sorriso amarelo
e meto-me pelas ruas.
por que, ao ter-te,
me enfadonhas e me maças?
Se te quero
porque não borboletam seres de mim,
por que não sou Diana e Vénus?
A porta fecha-se
e lá dentro é cinzento e mofo
(os pássaros continuam a voar)
uma luva que não calça bem na mão
por mais interessante
que seja o padrão.
2 comentários:
Lindo, lindo, lindo... fiquei arrepiada...
Bjinho gd
P.S.: que venham mais trinta... dodu na bo
Para ser sincero não conheço a poesia do Filintinho. Mas vejo agora que só perdi.
Adoro a simplicidade e o bom gosto desta poesia e tem tudo a ver com as ilhas.
Vou procurar este Mirabilis. Valeu pela dica
Enviar um comentário