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"Sou muitos sonhos juntos", Miguel Torga
I can't get no satisfaction
I can't get no satisfaction
'Cause I try and I try and I try and I try
I can't get no, I can't get no
And the man comes on the radio
He's telling me more and more
About some useless information
Supposed to drive my imagination
I can't get no, oh no, no, no
Hey hey hey, that's what I say
I can't get no satisfaction
I can't get no satisfaction
'Cause I try and I try and I try and I try
I can't get no, I can't get no
e do sangue subir
voltou a cair
na inquietação.
Ter palavras para exprimir
a falta, o vazio
de nada de ninguém,
dum ser criado
na onda mais etérea da memória.
Um fim de tarde, o pôr-do-sol
as nuvens que o desenham
dois pássaros de mão a mão até nascente.
a prisão magnânima.
Pululam as torres
nada dizem sobre a encruzilhada.
Um alquimista ao fundo
estende-me a mão
e, sobre a água deslizando,
apresenta-me a ilusão.
Aí, devorada pelos canibais,
estralhaçada pelos seus risos,
abro um sorriso amarelo
e meto-me pelas ruas.
por que, ao ter-te,
me enfadonhas e me maças?
Se te quero
porque não borboletam seres de mim,
por que não sou Diana e Vénus?
A porta fecha-se
e lá dentro é cinzento e mofo
(os pássaros continuam a voar)
uma luva que não calça bem na mão
por mais interessante
que seja o padrão.
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