sexta-feira, 14 de março de 2008
Sexo & Relationships
É impressão minha ou na Cidade da Praia todos levam com traição e caçu-bodi? Parece vir com o pacote completo das belíssimas praias de águas cálidas e transparentes que todos teimam em fixar como o cartão de visita do país. Meus caros, vamos chamar as coisas pelos nomes próprios e parar de embelezar ou atenuar o que de mais grave se passeia pelas ruas. Por onde hei-de começar? Qual será a transgressão mais grave? A que nos rouba a carteira ou a dignidade?
Vivemos em microcosmos, em bairros distintos, cada um com as suas vicissitudes. Por exemplo, andar a pé, depois das 19 horas, na Achada de Santo António é sinónimo de caçu-bodi… não se efectivando torna-se sinónimo de uma sorte extraordinária. Cada bairro esconde uma casa, cada casa uma família, um pai que se desdobra em dois para viver em estado dúbio. Não é preciso ser pai, nem sequer casado. Basta ter alguém. Quantos homens conhecemos que dão as suas escapadinhas com um sorriso? Por quantos nos calamos, numa cumplicidade que nos corrói, a nós mulheres, por no fundo suspeitarmos que alguém também nos esconde uma verdade cruel? E cobarde. O princípio é o mesmo: vamos sossegados, na rua, por vezes até distraídos e a apreciar a vista quando, de repente, toma lá que já levaste! Chegam sem darmos por eles porque, quando passam por nós, abrem um sorriso e fazem de conta que somos mais um anónimo na sua vida. O mais cruel é quando se mascaram de amigos. Então, surpreendem-nos por trás, estrangulam-nos o pescoço com o braço, esmagam o nosso coração e tiram-nos tudo o que temos. Ou julgávamos ter. Assim, num segundo. Se tivermos mesmo muito azar ainda levamos com uma paulada na cara, violência gratuita e profundamente desumana que nos faz cair por terra e ver, sem fôlego, a vida dos outros que continua num passeio de carro pela Quebra-Canela.
Deixou-te vazia, um sentimento de impotência enorme, raiva, vontade de esmurrar uma ou duras caras insistentemente até se transformarem numa amálgama de vísceras sem vergonha. Mas para que vão querer aquela carteira velhinha que não vale nada? – perguntamos incrédulas. Para que vão querer um homem cujo primeiro passo é já dissimulado? Não sabemos explicar como. Levamos sempre a mão ao peito e deixamos soltar-se um indeciso “Oh, não sei…” misturado com um sorrisinho já encantado e cremos, queremos, puerilmente imaginamos que a partir daquele momento tudo será diferente. E a roda volta a girar: vamos sossegados, na rua…
Vivemos em microcosmos, em bairros distintos, cada um com as suas vicissitudes. Por exemplo, andar a pé, depois das 19 horas, na Achada de Santo António é sinónimo de caçu-bodi… não se efectivando torna-se sinónimo de uma sorte extraordinária. Cada bairro esconde uma casa, cada casa uma família, um pai que se desdobra em dois para viver em estado dúbio. Não é preciso ser pai, nem sequer casado. Basta ter alguém. Quantos homens conhecemos que dão as suas escapadinhas com um sorriso? Por quantos nos calamos, numa cumplicidade que nos corrói, a nós mulheres, por no fundo suspeitarmos que alguém também nos esconde uma verdade cruel? E cobarde. O princípio é o mesmo: vamos sossegados, na rua, por vezes até distraídos e a apreciar a vista quando, de repente, toma lá que já levaste! Chegam sem darmos por eles porque, quando passam por nós, abrem um sorriso e fazem de conta que somos mais um anónimo na sua vida. O mais cruel é quando se mascaram de amigos. Então, surpreendem-nos por trás, estrangulam-nos o pescoço com o braço, esmagam o nosso coração e tiram-nos tudo o que temos. Ou julgávamos ter. Assim, num segundo. Se tivermos mesmo muito azar ainda levamos com uma paulada na cara, violência gratuita e profundamente desumana que nos faz cair por terra e ver, sem fôlego, a vida dos outros que continua num passeio de carro pela Quebra-Canela.
Deixou-te vazia, um sentimento de impotência enorme, raiva, vontade de esmurrar uma ou duras caras insistentemente até se transformarem numa amálgama de vísceras sem vergonha. Mas para que vão querer aquela carteira velhinha que não vale nada? – perguntamos incrédulas. Para que vão querer um homem cujo primeiro passo é já dissimulado? Não sabemos explicar como. Levamos sempre a mão ao peito e deixamos soltar-se um indeciso “Oh, não sei…” misturado com um sorrisinho já encantado e cremos, queremos, puerilmente imaginamos que a partir daquele momento tudo será diferente. E a roda volta a girar: vamos sossegados, na rua…
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