quarta-feira, 14 de julho de 2010


Aquele cheiro era igual ao do meu avô. Cheiro de blazer de fazenda antiga misturado com cigarros, um cheiro amarelado, macerado, das pontas dos dedos.

É um cheiro que quase não o chega a ser. É o cheiro da total ausência de uma gota de perfume, de um aroma, ausência de qualquer nuance contemporânea naquele corpo estranhamente tão jovem.

Deixei-me senti-lo, inspirei-o com a memória. E a sorrir daquele sorriso encabulado como quem coça a cabeça, meti a mudança e lentamente carreguei no acelerador.

Foto: larbatxia

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