sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

"Que amar senão as estrelas?" Obrigada Mário Fonseca!


Hoje os aplausos serão para Mário Fonseca, poeta praiense recentemente desaparecido. Os amigos e admiradores, os que privaram da sua companhia e os que se arrependem de nunca se terem abeirado dele, os amantes da lírica e da expressão literária, os académicos, os reconhecidos e desconhecidos, os curiosos... estarão todos na esplanada do Café Sofia, centro da Cidade da Praia, para aplaudir o homem, o poeta e a obra enquanto o sol se põe.
Fica aqui um dos poemas a ser partilhado nessa homenagem. Para aqueles que insistem em pedir-me que pare de sonhar.


Onde fincar os pés senão nas estrelas?
Onde senão no sólido chão das estrelas?

Aqui?
Aqui onde medra medra a flor?

Oh rosa!
Que amar senão tua inexistência essência?
Que amara senão teu persistente sonho?

Isto?
Isto desta implacável gramática?

Oh rosa!
Onde fincar os pés senão em tuas inexistentes pétalas?
Onde senão no inexistente sonho de tuas persistentes pétalas?

Aqui?
Aqui onde tudo o que medra é só e apenas terra?

Oh tu embora da terra!
Oh tu embora do chão do coração!

Que amar senão as estrelas?

Que amar senão as estrelas
que estrelas são, palpitantes
E as inconsistentes rosas
Que persistentes cantam dentro do meu coração?

Mário Fonseca

Foto: Mito Elias, in albatrozberdiano

2 comentários:

Anónimo disse...

Não conhecia mas fiquei fã. E quero fincar os pés nas estrelas!

Ana (Terni-Porto)

A banda da nossa Rua disse...
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