sábado, 6 de junho de 2009

A Arte é uma Deusa Tântrica


Ontem ao final da tarde mais um momento especial na Biblioteca Nacional da Cidade da Praia: a apresentação do novo livro do poeta Filinto Elísio com o surpreendente título "Li cores & Ad vinhos", uma edição de luxo das Letras Várias.

Por volta das 19 horas, a mesa que se apresentou diante duma plateia expectante era respeitosa. Ao centro o poeta, grave e concentrado como convém a alguém que respira quase exclusivamente o lado lírico (e onírico?) da vida, ladeado pelo artista plástico Mito, que assume o vibrante aspecto gráfico da obra, e por João Branco, apresentador do livro . Ainda Abrãao Vicente, a quem coube (outra) apresentação, o editor português e a directora da Biblioteca.

Quando enfim chegou o momento de falar, Filinto Elísio encarou-nos de frente e em suspenso declarou "A Arte é uma deusa tântrica de múltiplas mãos". Imediatamente pensei na pequenez do poeta mas ao reparar melhor constatei que o brilho no olhar do "indomável sangrador de bestas" não era receoso ou tímido. Apercebi-me então que estava diante dum guerreiro que luta orgulhosamente com esta deusa e não está a perder o combate, antes a gozá-lo. 

Entrar no seu mundo é, portanto, imprescindível, percorrê-lo um doce prazer vintage.. entre outros.

Have you met Miss Jones?

dos versos, como dos vates, nos alpes,
tal qual à neve, apaixonada tu das névoas,
das paisagens baças, que das metáforas,
direi, sopro dos pubs, mesmo que proves,
brisas dos beirais, choupos e janeiras,
este amor de vida toda, o mirar o Tibre,
o sol atreito de uma tarde que parte
o alarde pretérito das horas impúdicas,
e tu, ouvindo blues, sejas noite infinda,
fria...

                              Filinto Elísio



1 comentário:

Unknown disse...

Foi bonita a festa pá! (E agora sei com quem estou a falar! hehehe)